Rede ATER articula ampliação de parcerias com o Governo Federal e apresenta Estações de Monitoramento de Políticas Públicas no Nordeste

Representantes da Rede ATER Nordeste de Agroecologia estiveram em Brasília, entre os dias 15 e 19 de setembro, com objetivo de ampliar a atuação da Rede acerca do monitoramento de políticas públicas nos territórios, dos sistemas agroalimentares e fortalecer a parceria entre organizações da sociedade civil e gestão pública. Para isso, foram realizadas reuniões com gestores públicos ligados às discussões em torno da agricultura familiar, da assessoria técnica e extensão rural e da agroecologia.

Nas articulações foi apresentado o projeto “Cultivando Futuros: transição agroecológica justa em sistemas alimentares do Semiárido brasileiro”, que por meio das Estações de Monitoramento de Políticas Públicas, sistematizou experiências de incidência e participação social exitosas na construção de políticas públicas em 12 territórios de atuação. Agora, a Rede articula ampliar os estudos em parceria com o Governo Federal.

As Estações de Monitoramento de Políticas Públicas no Semiárido Brasileiro constroem reflexões e processos formativos com famílias e lideranças agricultoras sobre como incidir mais e melhor quando o assunto são as políticas de agricultura familiar e agroecologia, ao mesmo passo que podem subsidiar governos a entender como potencializar as suas ações, campanhas e programas. Uma perfeita oportunidade de parceria entre organizações da sociedade civil e gestões públicas em âmbitos nacional, estadual e municipal.

“A gente [enquanto país] já tem uma trajetória grande de políticas públicas, sabe o que significou os programas de compras institucionais, o PAA e o PNAE, para desenvolver uma vocação da agricultura familiar. Mas, ainda estamos no caminho e precisamos desenvolver outras vocações”, aponta Paulo Petersen, membro do grupo gestor da Rede ATER e coordenador executivo da organização AS-PTA.

Entre 2023 e 2025, a rede assessorou 26.505 famílias agricultoras em 370 municípios do Nordeste, com um investimento total de R$150 milhões, vindos de 13 programas e projetos públicos.

“Para nós do MDS, é uma alegria conhecer esse trabalho que a rede está fazendo, de olhar para a segurança alimentar dos municípios e territórios a partir da experiência de chegada das políticas públicas relacionadas à agroecologia, resiliência e segurança alimentar, que vêm sendo implementadas. A gente tem a oportunidade de olhar esse trabalho e informações para aperfeiçoar as nossas políticas para que cheguem nos territórios rurais do nosso nordeste”, avalia Lilian Rahal, secretaria nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SESAN) do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).

A agenda da rede em Brasília iniciou na Conferência Temática de Emergência Climática, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), depois seguiu em visitas aos programas Terra à Mesa e Garantia Safra, no Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). Dialogou também com Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (DATER), o MDS, a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), o Consórcio Nordeste, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a Secretaria de Abastecimento, Cooperativismo e Soberania Alimentar (SEAB) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).

As articulações em Brasília contam com apoio do projeto “Cultivando Futuros: transição agroecológica justa em sistemas alimentares do semiárido brasileiro”, realizado pela AS-PTA, Brot für die Welt e Rede ATER Nordeste de Agroecologia; com financiamento do Ministério Federal da Agricultura, Alimentação e Identidade Regional da Alemanha (BMLEH, sigla em alemão).

Texto: Helena Dias e Lorena Simas, do Coletivo de Comunicação da Rede ATER Nordeste de Agroecologia

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